terça-feira, 6 de setembro de 2011

Vento que venta lá, venta cá

Num Brasil onde os pobres são os alvos e os ricos os protegidos, o Rio de Janeiro vem sendo à exceção da regra. Seria no mínimo coerente se fosse ao contrario, mas ao contrario está o nosso Rio de Janeiro. Quem é pago para dar segurança, vem tirando, quem era pra ser tratado como futuro do país vem sendo dizimado e quem fez de sua vida a justiça, também vem sofrendo por uma Segurança nem tão pública.
O menino Juan e a Juíza Patrícia Accioli são provas dessa nossa falta de segurança e, principalmente, falta de confiança em quem faz nossa segurança. A policia está envolvida negativamente nos dois casos. A mesma Policia Militar que teve a incapacidade de não identificar o Menino Juan como um simples morador e não executá-lo, teve a competência de matar uma Juíza criminal com 21 tiros. Começo a pensar que eles são bem treinados, mas para fazer o que for de interesse deles.
 
O Rio de Janeiro te pede perdão.

Mas a incompetência não fica só por conta da PMERJ. Em ambos os casos houve algum erro por parte da investigação também, ou seja, não são apenas os Praças que estão sendo “mal treinados”, mas todo o corpo da Segurança Pública do Rio de Janeiro. No caso Menino Juan, a perita Marilene Campos de Lima apresentou um laudo dizendo que a ossada encontrada no Rio Botas, em Belford Roxo, era de uma menina e depois a própria Polícia Civil revelou que a ossada era de Juan. Me respondam: Quantos laudos essa perita já deve ter se equivocado, errado, se enganado ou qualquer coisa que motive tal erro grave?

Silêncio!

O mais absurdo é o erro que envolve o caso da Juíza Patrícia Accioli. A lista de suspeitos sobre seu assassinato foi diminuída e o motivo: “Inicialmente com 91 policiais, a listagem, analisada pelo Ministério Público, será reduzida porque tem policiais que já morreram, foram excluídos da corporação ou respondem a processos tão antigos que não podem ser mais julgados.” Agora a lista tem apenas 60 nomes. Apenas!
A violência numa comunidade de Nova Iguaçu é igual à de um bairro de classe alta de Ipiratininga. Dois crimes feitos pela policia que teriam como função “Servir e Proteger”. Dois crimes que não teriam nenhuma ligação se não fosse por seus autores. Se já éramos reféns de bandidos que inicialmente eram encontrados nas favelas, agora temos que nos preocupar com os bandidos de farda. O respeito acabou. Se até a tão tardia, mas infalível justiça está sendo caçada e calada, quem seremos nós, simples mortais, para acreditar em segurança nesse estado que, como fala a publicidade do Governo, é uma "Marca Registrado do Brasil".

"Não queremos saber quem matou a Norma ou o Salomão Rayala. Queremos saber quem matou o Menino Juan e a Juíza Patrícia Accioli."

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